Revista de Nossa Senhora
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Vocação e Generosidade

Publicado em 5 de março de 2013 / Reportagens >

vocacao©Foto_ Moisés Moraes-0674Creio que um dos aspectos mais importantes de um vocacionado é a generosidade de coração. A palavra generosidade é substantivo abstrato. Do mesmo modo que amigo é o substantivo concreto do substantivo abstrato que é a amizade. Generoso é aquele que tem a qualidade da generosidade. No dicionário, a palavra Generosidade indica uma pessoa dotada de caráter e sentimentos nobres, mostrando-se capaz de sacrificar um bem que lhe é precioso para ajudar alguém (podemos chamá-lo de alma generosa); digno; elevado;sublime. Que gosta de se doar, que tem prazer em oferecer coisas aos outros; dadivoso, magnânimo, capaz de doar a vida em favor de outrem. O seu contrário significa avarento, ambicioso, mesquinho. Diz-se de quem dá com largueza é prodigo; fértil, fecundo é o contrário de quem retém para si, árido, infértil. Uma outra qualidade da pessoa generosa é perdoar as fraquezas alheias. O contrário é egoísmo.

Veja, meu irmão(ã), quanto a generosidade está ligada à vocação cristã. Lembro-me de um formador no seminário, o saudoso Padre José Roberto Bertasi, falecido no início de 2013, o qual, sempre que elogiava os nossos vocacionados, dizia que fulano era um jovem generoso e que, por isso, apesar de todos as suas limitações, poderia ser um bom religioso e sacerdote. O contrário, se não fosse generoso, poderia ter todos os dons e qualidades, mas não poderia ser bom cristão e, muito menos, religioso Missionário do Sagrado Coração.

No evangelho, todos os evangelistas mostram um Jesus sempre muito generoso. Em nenhuma passagem encontramos mesquinhez em Jesus, mas sim uma perfeita oblação. Quando Jesus vê a multidão faminta e decide multiplicar os pães, não dá apenas um pão cada um para matar a fome, mas o faz com fartura a ponto de sobrarem doze cestos cheios (João 14), quando Jesus vê alguém doente pedindo a cura, ele não só cura, mas perdoa os pecados e envia em paz. Quando trazem uma pecadora diante dele, (Lc, 7, 36ss), é capaz de perdoar e enviar em paz aquela mulher.

Em Mateus, vemos a beleza das parábolas de Jesus, mostrando como é o Reino dos Céus. Ele sempre relatava as parábolas com largueza e generosidade. Assim falou em Mateus 13, sobre a parábola do semeador, que produziu cem vezes mais, no grão de mostarda, que cresceu tanto que as aves dos céus se abrigavam nos seus ramos, o fermento que a mulher tomou e pôs em três medidas de farinha, até que tudo ficasse fermentado. A parábola da pérola perdida. Quem a encontra, vai, vende tudo o que tem para possuir aquela pérola. E o que dizer sobre a pesca milagrosa, em que as redes ficam cheias de peixes. Jesus falava com largueza e generosidade. Na generosidade de Jesus está a estrutura do evangelho.

Ele soube dar tudo o que tinha, deu a vida abrindo o seu coração e deste coração saíram as últimas gotas de sangue e água, como nos relata o evangelho de São João, capítulo 19.

Em Marcos 10, 17 -22, Jesus pede ao jovem rico que seja generoso para segui-lo. Mas, infelizmente aquele jovem, tão amado pelo Senhor, não foi capaz de dar um passo e deixar o que tinha para seguir Jesus.

Tenho certeza de que o egoísmo nos torna tristes e a generosidade nos faz felizes. Não tenha medo de ser generoso com a Igreja, com as pessoas, consigo mesmo e com os necessitados. A generosidade nos enche de graça e alegria.

Se Deus o está chamando para a missão, Diga SIM e será feliz. E Deus vai abençoá-lo.

Pe. Manoel Ferreira dos Santos Junior, mSC, Superior Provincial