Revista de Nossa Senhora
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Somos Missionários do Sagrado Coração

Somos um grupo internacional de religiosos consagrados, irmãos e sacerdotes, chamados a ser missionários do amor de Deus revelado no coração humano de Cristo.

Estamos talvez melhor conhecido por nossas iniciais, MSC. Estes vêm de nosso nome em latim: Missionarii Sacratissimi Cordis.

O grupo foi fundado em 1854 em Issoudun, França pelo padre Jules Chevalier, um jovem sacerdote francês.

Uma missão sem limites

Nosso Fundador viu o Coração de Cristo como a fonte do amor salvífico de Deus para o mundo todo. Nossa missão é fazer com que o amor compassivo conhecido em todos os lugares e para todos, sem condições. Atualmente, o número de 1.800 membros e estão vivendo essa missão em 55 países nos cinco continentes.

“Como Missionários do Sagrado Coração de Jesus, nós vivemos a nossa fé no amor do Pai, revelado no Coração de Cristo Nós queremos ser como Jesus, que amou com um coração humano; Queremos amar por Ele e com Ele e para proclamar seu amor para o mundo “. Constituições MSC, nº 1

Para nós, a vida em união com o Coração de Cristo não é apenas uma “devoção” no sentido antigo da palavra, é o cerne da nossa espiritualidade.

Quando os Missionários do Sagrado Coração de Jesus foi fundada no século 19, foi um grande momento para devoções: a devoção ao Imaculado Coração de Maria, à Eucaristia, ao Sagrado Coração de Jesus e muitos outros “devoções” populares.

Quando pensamos em uma “devoção”, podemos pensar em um conjunto de práticas, como se ajoelhando em frente a uma estátua de um santo, ou queimar uma vela, ou dizer uma oração especial ou fazer uma novena … e qualquer pessoa pode tem várias devoções.

Mas a espiritualidade é algo mais profundo: ela brota de dentro, a partir de uma visão central e compreensão de Deus que determina o estilo de vida e é adaptável a diferentes situações.

A espiritualidade no centro de nossas vidas é uma “espiritualidade do coração”.

JOVEM, se você deseja também ofertar a sua vida ao Senhor, consagrando-se através dos conselhos evangélicos da castidade, pobreza e obediência, como um padre ou um irmão MSC, entre em contato conosco, através de um dos endereços abaixo.

São Luís – Seminário Pe. Júlio Chevalier
Rua Flávio Bezerra, 434 – Tirirical – Cep: 65055-210 – São Luís – MA
Telefax: (98) 3258-8073
Pe. Francisco Tarcísio S. Fernandes

São Paulo – Teologado Hélio Pontes
Avenida Renata, 01 – Vila Formosa – São Paulo – SP
Telefone: (11) 2673-0996
e-mail: girley@msc.com.br

Para Meditar….

meditarApaixonar-se é abrir o coração
Ficar exposto, vulnerável
Coração aberto, porta aberta
Sempre à espera da vinda de quem se ama…

Como entender um Deus apaixonado?
Como explicar que um coração aberto na dor de uma cruz
Permaneça ainda aberto na ressurreição
Uma porta aberta acolhendo mesmo quem dele duvidou.
De fato, o amor é mais forte que a morte.

Paixão não se explica
Não se explica que alguém se devote a outra pessoa
Que lhe seja fiel
Que procure encontrá-la se vem a se perder
Que a ame sem reservas…

Não há razões para o coração.
Diante dele só se pode mesmo dizer:
“Meu Senhor e meu Deus!”

Fernando Clemente, MSC

Edição Junho de 2013

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Morte e Ressurreição

900774_99632240 “Padre, creio piamente que Cristo ressuscitou. Agora, pensando filosófica e historicamente, Jesus, depois de ressuscitado, teria morrido normalmente como qualquer outro ser humano, certo? Por que é que não temos narrativa desse fato de apóstolo nenhum e nem de escritores dos primeiros séculos, como Flávio Josefo? Haveria aí alguma explicação ou este é outro mistério insondável da vida de Jesus?” José Carlos Barbosa – S. José do Alegre MG. Por email

Caro José Carlos, o leitor desavisado talvez estranhe a formulação erudita de sua pergunta porque desconhece sua história de ex-seminarista MSC, hoje professor aposentado, agente pastoral atuante em sua comunidade.Isto, sem falar que foi meu aluno, no curso clássico, na Escola Apostólica, Pirassununga, nos idos de 1960 …

Sabemos que a Bíblia descreve fatos que nem sempre são acontecimentos históricos, razão pela qual exigem uma leitura em clave teológica ou simbólica. Quanto aos fatos da morte e ressurreição de Jesus, trata-se de fatos marcantemente históricos. Sua morte física foi testemunhada pela multidão no calvário, constando seu relato até mesmo em obras de escritores pagãos. Sua ressurreição, embora o sepulcro vazio não a prove diretamente, contudo insinua algo que depois iria se confirmar por várias aparições, caso das santas mulheres, dos discípulos de Emaús e dos apóstolos. Note-se que esses últimos, medrosos e trancados no cenáculo, não alimentavam qualquer expectativa a respeito, alguns até duvidavam no momento de sua subida aos céus. Aliás, Marcos e Lucas (o Lucas do evangelho, não o dos Atos dos Apóstolos) colocam todos os acontecimentos no mesmo dia, domingo, primeiro dia da semana: o Pentecostes, as aparições às santas mulheres, aos discípulos de Emaús e aos apóstolos reunidos no cenáculo. Em seguida, após a refeição, Jesus os leva até Betânia, onde, antes de subir aos céus, os envia a pregar o evangelho. Diz o Catecismo da Igreja, n. 645: Cristo ressuscitado, que apareceu aos apóstolos e comeu com eles, “tem um corpo autêntico e real, possuindo ao mesmo tempo propriedades novas de um corpo glorioso; não está mais situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser, pois sua humanidade não pode mais ficar presa à terra, mas já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai”.

J.Carlos, não se pode comparar a ressurreição de Jesus com aquelas que Ele realizou, devolvendo a vida à filha de Jairo, ao jovem de Naim e ao seu amigo Lázaro. Esses voltaram a morrer. Cristo, não!

Há muitas lendas sobre a pessoa de Jesus, em especial nas centenas de escritos apócrifos, muitos deles elaborados cerca de 200 anos depois de Cristo, com tempo suficientemente longo para a criação de fantasias. São obras que servem de script para romances e filmes atuais, como O Código Da Vinci. Apócrifos modernos seriam, por exemplo, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Evangelho Segundo Jesus Cristo e outros. Jesus não voltou a morrer. Na ascensão termina sua presença terrena e histórica, tendo início o tempo da Igreja, a qual, assistida pelo Espírito Santo, procura responder a sua última e solene convocação: VÓS SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS! 

Pe. Humberto Capobianco, MSC é Diretor do Colégio John Kennedy em Pirassusunga, SP.

Qual a finalidade da luz dentro da igreja?

atualidadeIIComo tudo dentro do espaço de celebração, o objetivo é sempre a funcionalidade.

Funcionalidade a serviço da liturgia. Mas mais do que isso, a iluminação precisa ser mistagógica e nos ajudar a penetrar o mistério.
Tenho observado que a iluminação, tanto a natural como a artificial, não tem sido usada de forma adequada nas igrejas. Os recursos tecnológicos não têm sido usados corretamente para se ter conforto visual, iluminação adequada nos diversos espaços que compõem o lugar da celebração e muito menos ambientação que nos leve à oração e ao recolhimento. Não podemos iluminar igrejas como iluminamos uma farmácia, uma biblioteca, um hospital, uma loja.

E como a iluminação no espaço de celebração pode valorizar a liturgia e criar o ambiente necessário para exprimir melhor o mistério ali celebrado? Sabemos que as condições ambientais interferem no estado de espírito das pessoas. Não há como participar bem da liturgia sem um mínimo de conforto, seja térmico, seja acústico, com bancos decentes e iluminação adequada. Sem esses cuidados não há como ter um ambiente de recolhimento e oração e muito menos a participação dos fiéis, que os documentos pós conciliares nos pedem.

Por onde começar?

A preocupação primeira deve ser com a iluminação natural do espaço. Em tempos de crise energética, de necessidade de sustentabilidade sob risco de extinguirmos a vida humana do planeta, investir na iluminação natural é o caminho mais sábio. Mas não se trata aqui de abrir um monte de janelas e em qualquer lugar. A luz que entra em excesso pode também ser prejudicial, pois com ela entra também o calor, o barulho de fora e, dependendo da orientação do sol, a luz excessiva que pode ofuscar e atrapalhar nossa participação na liturgia. As aberturas devem considerar a orientação solar, a entrada necessária de ar novo e a saída do ar quente, e considerar qual a paisagem que se terá de dentro da igreja.

Há que se considerar que a luz e a sombra andam juntas. É a existência da sombra que valoriza a luz, a fé caminha entre luzes e sombras, também o espaço deve ter a presença das sombras para fazer sentido. Um lugar todo iluminado por igual, sem distinção de espaços, sem valorização de lugares, um lugar homogeneizado, é sem graça e não estará a serviço da liturgia.

Outra preocupação que devemos ter é com uma iluminação adequada ao espaço de celebração. Não é porque está na moda isso ou aquilo, que será apropriado para o ambiente religioso. Há um tempo trocamos as luminárias de muitas igrejas e as substituímos por calhas de lâmpada fluorescente. Era mais simples e mais econômico. Mas matou o ambiente de recolhimento e oração, ficou sem graça e transformou muitas igrejas em salas frias e nada aconchegantes.

Diácono Michel dos Santos, MSC, trabalha na Paróquia
Nossa Senhora da Soledade em Delfim Moreira – MG