Revista de Nossa Senhora
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Você acessou a Edição Setembro de 2010

Mês da bíblia

Setembro é tradicionalmente chamado de “Mês da bíblia”.  Alguns dados sobre a bíblia são velhos conhecidos de muita gente, mas para muitos eles são novos. Eis alguns dados interessantes: Existem diferentes versões básicas da Bíblia. As atuais edições nas diversas línguas são traduções de uma ou outra versão.

Versão dos “Setenta”ou “Alexandrina”:
(conhecida também como “Septuaginta”), é a principal versão grega por sua antiguidade e autoridade. Sua redação se iniciou no século III a. C. (250 a.C) e foi concluída no final do século II a.C. (105 a.C). O nome de “Setenta” se deve ao fato de que a tradição judaica atribui sua tradução a 70 sábios e “Alexandrina” por ter sido feita em Alexandria e usada pelos judeus de língua grega ao invés do texto hebreu.

Versões Latinas:
Ítala Antiga ou “Vetus Latina”: provém da Versão dos Setenta para a maioria dos livros do A.T., e dos originais gregos para os livros do N.T. e Sabedoria, II Macabeus e Eclesiástico. Esteve em uso no Ocidente desde o século II até o século V.

Vulgata:
Ao final do século IV, o Papa Dâmaso ordenou que São Jerônimo fizesse uma nova versão latina tendo presente a Ítala antiga. Foi denominada “Vulgata” porque a intenção da obra era “vulgarizá-la”, torná-la popular. São Jerônimo traduziu diretamente do hebraico e do grego originais para o latim, com exceção dos livros de Baruc, Sabedoria, Eclesiástico e I e II Macabeus, o quais, transcreveu sem nenhuma tradução da Ítala antiga.

Neovulgata:
A Neovulgata é a mesma versão Vulgata, à qual foram incorporados os avanços e descobertas mais recentes. Fonte: acidigital.com

Boa Leitura

A Redação

O Título de Nossa Senhora foi e será sempre, para nós, um raio de Luz!

Maria é totalmente dependente de Deus e ao lado de seu Filho, ela é a imagem mais perfeita de libertação da humanidade e do universo. É a Ela, que a Igreja tem que procurar, como Mãe e Modelo, para entender também o significado de sua missão libertadora.

Texto: Irmã Lezir B. Braga

Padre Júlio Chevalier, fundador da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração e das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração,  fez uma promessa a Nossa Senhora, dizendo que, se seu pedido fosse atendido, ele trabalharia para difundir a devoção ao Sagrado Coração, por toda parte e honraria Maria para que ela fosse amada e honrada por todos os meios possíveis e de um modo especial.

Hoje, várias imagens são encontradas nos cinco continentes. Esta devoção espalhou-se em muitos lugares,  povos e nações. Maria foi à frente, abrindo caminhos para os MSC e as FDNSC, expressando assim um rosto humano e materno de Deus para as culturas do mundo. Pouco importa que Maria tenha um grande ou pequeno lugar em nossa vida espiritual; o importante, é que tenha um lugar real e especial em nosso coração.

Maria está de braços estendidos, como na medalha milagrosa. E para representar Jesus com a idade de 12 anos. Com umas das mãos, mostra o Seu coração e com a outra, aponta em direção à sua mãe.

Padre Chevalier determina de maneira precisa: Maria não faz somente o gesto de nos apresentar Jesus, mas ela olha para Ele, o contempla de olhos baixos, lembrando a   humanidade sofrida.

Em contemplação, Padre Chevalier viu o Menino Jesus, o Verbo  feito carne, com a idade de 12 anos, idade escolhida para ensinar no Templo, nos apresenta seu Coração, fornalha de amor, fonte de graça. Jesus nos indica Maria, também, a quem ele confia todas as riquezas de seu Coração.

Em 1875,  foi pedido por Roma, representar a imagem em outro modelo. Maria segurando  nos braços o Menino Jesus, mostrando seu Coração, e Jesus apontando para sua Mãe.

Em 1964, depois do Concílio, com a volta às fontes e o aprofundamento da espiritualidade marial, surgiu então a terceira imagem:  Maria ao pé da cruz e Jesus com o lado aberto por um golpe de lança, donde jorram água e sangue – ( Jô.19). Eles olharão aquele que traspassaram (cf. Zacarias 12, 10). Com aspersão de água pura e promessa de um coração novo e a fonte do lado direito (Ez,36,25-47), vemos Maria que acolhe a fonte para ela e para nós e lá ela se torna nossa Mãe. A Mãe, por sua vez aponta para o Coração do Filho, confirmando que Ele é fonte de todas as graças.

Esta devoção, criada por Júlio Chevalier, se espalhou por meio de uma novena eficaz. Ele, por própria experiência, foi atendido ao encerrar  sua novena à Maria Imaculada, no dia 8 de dezembro de 1854, quando na Igreja se proclamava o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria.
A Igreja renova mais efetivamente nela a consciência da verdade sobre Deus que é todo Dom e presente, que não pode ser separada da manifestação do seu amor preferencial pelos pobres e humildes, aquele amor que, no Magnificat,  celebra a missão de Jesus.

Maria é totalmente dependente de Deus e ao lado de seu Filho, ela é a imagem mais perfeita de libertação da humanidade e do universo. É a Ela, que a Igreja tem que procurar, como Mãe e Modelo, para entender também o significado de sua missão libertadora.

Que o Espírito Santo nos ajude a caminhar com Maria em seu exemplo de fidelidade, iluminando-nos na busca incansável, na aceitação humilde, na coerência libertadora e na constância serena e paciente do peregrinar pela fé.

É importante para nós, como Família Chevalier, não esquecer que Ele estava em oração e meditação, quando deu este novo título à Maria e nós, seus seguidores,  temos que compreender isto. Ele quis combinar de um modo novo, estas duas devoções importantes no seu tempo: a devoção ao Sagrado Coração e a Maria, Nossa Senhora do Sagrado Coração, pois para ele e para nós, é o resumo  de nossa fé e espiritualidade.

O título foi e será para nós, como um raio de luz, uma expressão do rosto Materno de Deus.

Irmã Lezir B. Braga é Superiora Provincial das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração.

A Bíblia, meu livro de oração, liturgia e catequese

Há vários esquemas de leitura orante, entre os quais se destaca a chamada Lectio Divina, cujos passos são: leitura do texto, meditação, partilha, oração, contemplação e ação.

Texto: Fr. Jackson Douglas Furtado, mSC

Quando nos aproximamos do livro mais conhecido do mundo que é a Bíblia, percebemos em suas palavras escritas, a exposição, a comunicação e o conhecimento de Deus revelado à humanidade. Assim a Bíblia nos faz pensar, sentir e dizer algo de Deus. Mas para pensar, sentir e dizer algo de Deus permanece sempre válida a pergunta de vários leitores: como pensar, sentir e dizer a minha experiência de Deus na Bíblia? Como compreendê-la? Como entendê-la? Porém, apesar das dificuldades, o povo de Deus ama a Palavra, mesmo sem compreendê-la e entendê-la totalmente. Nesse sentido, os conhecedores da Bíblia nunca se cansam de afirmar que “na Sagrada Escritura há setenta faces”, isto é, há muitos modos de ler a Palavra de Deus. Por isso, destaco como prioridade, entre tantas faces da Bíblia, três possibilidades que acredito, nos ajudam a pensar, sentir e dizer da revelação pessoal, consciente e livre da experiência de Deus aplicada no cotidiano da nossa vida.

Por isso, uma primeira aplicação e contato com a Bíblia, passa por uma leitura como forma de oração que é o modo mais básico e espontâneo: o leitor percorre a Sagrada Escritura, tendo em vista um dialogo com Deus. Há vários esquemas de leitura orante, entre os quais se destaca a chamada Lectio Divina, cujos passos são: leitura do texto, meditação, partilha, oração, contemplação e ação. A segunda forma passa pela leitura usada na liturgia e na pregação, ou seja, na celebração Eucarística que estabelece o vínculo entre vários textos que falam do mesmo tipo de presença e de ação de Deus na história humana. Essa leitura também quer levar o leitor/ouvinte a um compromisso de vida. Um pouco mais elaborada é a terceira forma, catequese e doutrinação, pois exige um conhecimento relativamente sólido da chamada “História da Salvação”, dos dogmas e da moral, a fim de que a experiência do povo da Bíblia possa ser constantemente atualizada.

Portanto, estes três pontos que tornam simples um contato com a Bíblia, nos inserem no conhecimento de Deus que penetra nossa mente (pensar), nosso coração (sentir) e nossa boca (dizer) para encarnar a Palavra de Deus em nossa vida de cristãos, pois, Deus colocou no coração da humanidade o desejo constante de buscar a sua Palavra no livro Sagrado que é a Bíblia.

Fr. Jackson Douglas Furtado, mSC é graduando em Teologia.