Há vários esquemas de leitura orante, entre os quais se destaca a chamada Lectio Divina, cujos passos são: leitura do texto, meditação, partilha, oração, contemplação e ação.
Texto: Fr. Jackson Douglas Furtado, mSC
Quando nos aproximamos do livro mais conhecido do mundo que é a Bíblia, percebemos em suas palavras escritas, a exposição, a comunicação e o conhecimento de Deus revelado à humanidade. Assim a Bíblia nos faz pensar, sentir e dizer algo de Deus. Mas para pensar, sentir e dizer algo de Deus permanece sempre válida a pergunta de vários leitores: como pensar, sentir e dizer a minha experiência de Deus na Bíblia? Como compreendê-la? Como entendê-la? Porém, apesar das dificuldades, o povo de Deus ama a Palavra, mesmo sem compreendê-la e entendê-la totalmente. Nesse sentido, os conhecedores da Bíblia nunca se cansam de afirmar que “na Sagrada Escritura há setenta faces”, isto é, há muitos modos de ler a Palavra de Deus. Por isso, destaco como prioridade, entre tantas faces da Bíblia, três possibilidades que acredito, nos ajudam a pensar, sentir e dizer da revelação pessoal, consciente e livre da experiência de Deus aplicada no cotidiano da nossa vida.
Por isso, uma primeira aplicação e contato com a Bíblia, passa por uma leitura como forma de oração que é o modo mais básico e espontâneo: o leitor percorre a Sagrada Escritura, tendo em vista um dialogo com Deus. Há vários esquemas de leitura orante, entre os quais se destaca a chamada Lectio Divina, cujos passos são: leitura do texto, meditação, partilha, oração, contemplação e ação. A segunda forma passa pela leitura usada na liturgia e na pregação, ou seja, na celebração Eucarística que estabelece o vínculo entre vários textos que falam do mesmo tipo de presença e de ação de Deus na história humana. Essa leitura também quer levar o leitor/ouvinte a um compromisso de vida. Um pouco mais elaborada é a terceira forma, catequese e doutrinação, pois exige um conhecimento relativamente sólido da chamada “História da Salvação”, dos dogmas e da moral, a fim de que a experiência do povo da Bíblia possa ser constantemente atualizada.
Portanto, estes três pontos que tornam simples um contato com a Bíblia, nos inserem no conhecimento de Deus que penetra nossa mente (pensar), nosso coração (sentir) e nossa boca (dizer) para encarnar a Palavra de Deus em nossa vida de cristãos, pois, Deus colocou no coração da humanidade o desejo constante de buscar a sua Palavra no livro Sagrado que é a Bíblia.
Fr. Jackson Douglas Furtado, mSC é graduando em Teologia.