Revista de Nossa Senhora
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Maria Missionária

Publicado em 1 de outubro de 2014 / Reportagens >

Season of SorrowMaria foi prestar seus serviços.
É verdade!.
Mas, podemos sentir a lucidez de Maria e a percepção que ela teve da consequência de sua fé.
Abraçou seu dever de missionária.

Depois que Maria recebeu o anúncio de ter sido escolhida para ser a mãe do Messias, e ter recebido a notícia que sua prima Isabel, estava grávida e já no sexto mês, deixou sua casa e foi, às pressas, às montanhas, a uma cidade de Judá onde morava Isabel, para socorrê-la, Maria ficou lá cerca de três meses”. (Lc 1,26-56)

Escolhida para ser a mãe de Jesus, transformada na criatura mais sublime, Maria não teve dúvidas. Não ficou parada. Foi logo colocar-se a serviço de quem precisava de ajuda. Percorreu mais de 130 km, uma distância enorme naquele tempo; uma viagem de quatro a cinco dias. Atravessou as montanhas da Samaria, Jerusalém e desceu até Ain Karin. Tinha que chegar à casa de Zacarias e Isabel que, além de prima, era amiga. Com ela, podia falar de seu mistério, abrir o coração. O Anjo pusera Isabel como prova e garantia da maravilha que Deus estava realizando: “Olha, dissera ele, também Isabel, tua prima, concebeu um filho, em sua idade avançada e este é o sexto mês daquela que é tida como estéril”. (Lc 1,36)

Maria foi prestar seus serviços. É verdade!. Mas, podemos sentir a lucidez de Maria e a percepção que ela teve da consequência de sua fé. Abraçou seu dever de missionária. Entendeu que, se agora possuía o Cristo, tinha o dever de ir aos outros! Maria nos deixa aqui um ensinamento valioso: o cristão deve levar Jesus aos outros, nunca fechar-se em si mesmo. Como membro da Igreja missionária, todo batizado é um missionário. Deve portanto renovar o encontro pessoal com Cristo para, como Maria e com ela, levar Jesus aos outros.

O Papa João Paulo II muitas vezes falou da presença de Maria na missão da Igreja. Afirma o Papa que a vida de Maria foi um caminho e uma peregrinação da fé em Cristo. Nessa caminhada ela precede os discípulos e a Igreja “. (RM, 6,26).

Por isso, “onde quer que a Igreja desenvolva sua atividade, Maria está presente, cooperando como mãe, na regeneração e formação dos fiéis” (LG 63). Presente como estrela da Evangelização na fé das novas comunidades cristãs, nascidas do anúncio missionário, com o poder da Palavra e a graça do Espírito Santo “. (EN 82)

Muitas comunidades cristãs, fruto da obra evangelizadora da Igreja, tomam como exemplo e estímulo a Maria, a primeira evangelizada (Lc 1,26-38) e a primeira evangelizadora (Lc 1,39-56). Ela acolheu com fé a boa nova da salvação, transformando-a em anúncio, canto, profecia, sendo por isso chamada “discípula mais perfeita do Senhor e, perfeita missionária”.

Maria é ponto de união onde podemos nos encontrar com Cristo, com o Pai, com o Espírito Santo e também com os irmãos. Quando Maria diz “ Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5), está nos indicando a necessidade de nossa fidelidade à palavra de Jesus. Em casa de Isabel, a alma missionária de Maria exulta de alegria pelo reconhecimento do poder de Deus que caminha com seu povo e é fiel às suas promessas. Na escola de Maria a Igreja aprende a consagrar-se à missão. Os missionários, muitas vezes ignorados, esquecidos ou perseguidos, que gastam a vida na vanguarda da missão da Igreja, encontram um modelo perfeito de dedicação e de fidelidade em Maria.

Como os Apóstolos, depois da ascensão de Cristo, a Igreja deve reunir-se no Cenáculo, ”com Maria, a mãe de Jesus”, a fim de implorar o Espírito Santo e obter força e coragem para cumprir o mandato missionário. E, na caminhada da Igreja que nascia, Maria foi a companheira inseparável, impulsionada pelo amor a Jesus. O papa Francisco, em sua Exortação Apostólica – “A alegria do Evangelho” – ensina que, para ser missionário(a) da alegria, é preciso, em primeiro lugar, acolher o amor de Deus. Maria nos ensina essa verdade.

Eis aí, estimado(a) leitor(a), um exemplo a ser seguido: Maria, a Estrela da Evangelização! Com ela procuremos abraçar nossa missão com amor e alegria!Ela nos ensina que ser missionário(a) é estar aberto ao plano de Deus, abraçar a missão e ser fiel, sobretudo ter Jesus e deixarmo-nos cativar por Ele e sair para levar Jesus aos outros, lembrando dos que mais precisam.

Que Maria, a mãe missionária, nos acompanhe e fortaleça na missão!

Ir. Maria da Luz Cordeiro, FDNSC