Revista de Nossa Senhora
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Vocação e Família

Publicado em 1 de julho de 2015 / Reportagens >

revista-02A maioria de nós já sabe que a palavra vocação quer dizer chamado, não um chamado qualquer, mas um apelo de Deus em favor dos outros, uma entrega gratuita e generosa por amor àquele que nos chama e à Igreja. E sendo um chamado, necessariamente exige de nós uma resposta. Toda pessoa é vocacionada, ou seja, toda pessoa é chamada por Deus para uma missão. O desafio, portanto, para cada homem e mulher que assume a sua fé é o de discernir essa vontade divina e responder com confiança. A história da nossa Igreja está repleta de testemunhos vocacionais que nos servem de inspiração.

Olhando para a literatura bíblica, vemos que Deus suscitou no meio do povo inúmeras pessoas que exerceram um papel preponderante na obra da salvação. No Antigo Testamento temos exemplos como o de Abraão (Gn 12, 1-5), Moisés (Ex 3, 1-5), Samuel (1Sm 3, 1-10), Jeremias (Jr 1, 4-10), que foram homens simples a quem Deus chamou ao seu serviço e que, embora com medos e resistências, não deixaram de dar uma resposta afirmativa a Ele. No Novo Testamento, Deus continuou convocando homens e mulheres ao seu seguimento na pessoa de Jesus Cristo. Para isso, basta olharmos a história vocacional de Maria (Lc 1, 26-38) e dos Discípulos (Jo 1, 35-51).

No entanto, toda vocação nasce da oração da comunidade e a principal comunidade à qual somos inseridos é a comunidade familiar que forma uma Igreja doméstica. Nenhuma vocação nasce do acaso, mas ela se fecunda e se nutre principalmente, mas não somente, no seio de uma família. Daí, a importância salutar da família compreender a necessidade de se rezar diariamente pelas vocações e assim compreender que ela é núcleo da ação de Deus e que estas vocações saem de dentro das nossas casas como dom de Deus para toda a Igreja.

Além de rezar, as famílias precisam também instruir bem os jovens na fé, para que não confundam a voz suave de Deus que chama ao serviço do Reino, com as diversas vozes do mundo que atraem para uma existência vazia e muitas vezes perigosa. Fazer a vontade de Deus é a única segurança para uma existência feliz.

Diante desta reflexão, podemos nos perguntar como família: nós temos rezado pelas vocações? Nós temos coragem de incentivar os nossos filhos e filhas para a vida sacerdotal, religiosa e consagrada? Estamos educando os nossos filhos numa autêntica vida cristã comprometida? Para os jovens, um questionamento pessoal: vida sacerdotal, religiosa e consagrada, você já pensou nisso? Por que não arriscar?

Deus nos chama para a liberdade e nunca nos decepciona. Ao contrário do que muitos pensam, o serviço eclesial, todos eles, é uma opção para quem desejar viver radicalmente livre. O seguimento de Cristo e do Evangelho não aprisiona e é a certeza de que a nossa vida não será gasta em vão. Se você deseja algo que dê verdadeiro sentido ao seu viver, eis um desafio: saia da superficialidade da vida e avance para águas mais profundas.

Diácono Girley de Oliveira Reis, MSC, trabalha na Diocese de S. Gabriel da Cachoeira/AM